quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Religião


Xintoísmo 

Imagine um lugar, um grande vazio, onde existiam apenas o mar e algumas formas indefinidas. Acima desse lugar havia o Takama-no-hara, ou a "Alta Planície do Céu", onde habitavam os kami (deuses). Foi passeando por uma ponte celestial que um casal de kami olhou para baixo e viu aquele lugar.

Ficaram curiosos e mergulharam uma lança no mar, que respingou água ao ser retirada. As gotas que se desprenderam da lança formaram ilhas. Estas foram as primeiras porções de terra, conforme a mitologia xintoísta.
Em seguida, o casal divino fez descer um enorme pilar até aquelas ilhas. Aquele pilar possuía significado mágico, e o kami Izanagui convidou a companheira Izanami a girar-se em torno do mastro, enquanto ele girava em sentido oposto. Depois da primeira volta, encontraramse, puderam ver seus corpos e se admiraram mutuamente. Daquele encontro, que trouxe muito prazer, nasceram as oito ilhas que formam o Japão, os trinta espíritos majestosos da terra, do mar, das estações, dos ventos, das árvores, das montanhas, dos pântanos e do fogo. Quando Izanami deu a luz o fogo, este queimou as suas entranhas, e ela adoeceu.
Mesmo assim, continuou procriando. Do seu vômito nasceu a argila, a irrigação, o crescimento e a rica alimentação. Izanami acabou falecendo. Izanagui sentiu-se muito só e resolveu buscá-Ia no reino dos mortos. Lá, Izanami estava com o corpo coberto de vermes. Ela se sentiu envergonhada, ficou furiosa, e assumindo o aspecto da Morte, perseguiu Izanagui acompanhada de todos os espíritos infernais. Ao sair do mundo das trevas, ergueu uma rocha, separando a terra do mundo dos mortos.
A criação da deusa Sol
Não conseguindo recuperar a esposa morta, Izanagui entregou-se, inicialmente, às purificações do corpo e da mente. Para isso, ele mergulhou o corpo nas águas correntes violentas de um rio, e seu próprio corpo foi dando origem a outros kami. A grande deusa Sol, Amaterasu Omikami nasceu do seu olho esquerdo, do olho direito nasceu o deus Lua, Tsukiyomi-no-Mikoto, e o deus Tempestade, Susano-O-no-Mikoto, de um dos furos do nariz.
Amaterasu era o Sol e por isso iluminava, enquanto seu irmão Susano deveria habitar nas profundezas do mar, onde não havia claridade, mas ele não aceitou e foi punido com o exílio. Amaterasu tentou ajudar o irmão, mas este, revoltado, praticou inúmeras maldades.
Numa delas, Amaterasu ficou apavorada e resolveu se retirar do céu, escondendo-se numa caverna. A escuridão tomou conta de tudo. Veio a tristeza e, sem o Sol, a safra do arroz não mais aconteceu. Mesmo as lamentações não foram capazes de demover Amaterasu de seu auto-exílio. Foi quando milhões de kami reuniram-se diante da caverna, esperando por uma decisão favorável do kami Sol. Eles enfeitaram o local, acenderam fogueiras e conversavam entre si. Para passar o tempo, resolveram fazer uma festa e criaram os instrumentos musicais e até a dança. Oito milhões de kami dançavam e se divertiam na Alta Planície do Céu, quando Amaterasu, intrigada, resolveu espiar. Quando ela abriu a entrada da caverna, se viu refletida num espelho que haviam colocado na frente, e uma corda de palha impediu que ela se escondesse novamente.
Amaterasu voltou a iluminar, enquanto Susano foi castigado, sendo enviando para o arquipélago japonês, o único mundo que existia abaixo da Alta Planície do Céu.
O dragão de oito cabeças
No Japão, Susano encontrou um casal de velhos e uma jovem filha numa casa simples. Os velhos choravam por causa de um dragão de oito cabeças, que surgia todo ano para devorar uma de suas filhas, e aquela era a última filha viva. Já estava na época do dragão reaparecer para devorar aquela oitava filha.
Para salvar a jovem, Susano ordenou que se preparasse oito tonéis e colocasse um licor refinado oito vezes. O dragão, cujo corpo se estendia por oito vales e oito colinas, chegou e enfiou cada uma das suas cabeças nos tonéis e ficou bêbado. Nesse momento, Susano sacou sua espada e cortou todas as cabeças do dragão.
Ele construiu um castelo em Izumo e teve oitenta filhos com a jovem que ele salvou. Seus filhos passaram a povoar o país.
Houve muitas guerras entre os kami, todos eles descendentes diretos do tempestuoso Susano. Um desses kami tornou-se o príncipe Kamu-Yamato-Iware-Hiko-no-Mikoto, que passaria a se chamar Jimmu Tenno, o primeiro imperador terrestre. Acredita-se que em linhagem direta, todos os imperadores japoneses seriam descendentes de Jimmu. Essa história, que parece um conto de fadas, está registrado no livro Kojiki, ou "Crônicas das Coisas Antigas", que é o texto japonês mais antigo sobre o Japão.

Budismo:
Yakubarai - para afastar o sofrimento
No budismo se realiza a cerimônia do yakubarai, para afastar o sofrimento. A cerimônia pode ser individual ou coletiva (junto com outras cerimônias no Kannon Hõyo), é realizada pela primeira vez no ano do aniversário anterior (24, 41 e 59 anos no caso dos homens e 18 e 32 no caso das mulheres), de preferência nos primeiros meses do ano, e depois no ano seguinte, como agradecimento pelo encerramento do período crítico.
Não há nenhuma regra estabelecida, mas é comum realizar a primeira cerimônia apenas com a presença de familiares mais próximos, e a segunda com familiares e amigos, seguida de uma festa.
Missas Memoriais
O culto aos antepassados é uma parte importante do budismo. Assim se realizam missas periódicas em memória do falecido.
7º dia (shõnanoka) – Considera-se que a evolução do falecido conteça de 7 em 7 dias, ou seja, ela deixa o mundo em que vivemos e segue em direção a um estágio superior. No 7º dia celebra-se o cumprimento da primeira etapa de uma longa jornada.
49º dia (shijuku-nichi) – Após 7 semanas do falecimento, a pessoa já cumpriu todas as etapas e está pronta para o renascimento.
100º dia (hyakkan-nichi) – Nem todas as famílias realizam essa missa. Celebra o fim do período de concentração e treinamento.
1 ano (isshu-ki) – tradição incorporado pelo budismo na China, significa o fim de um período de luto pelo falecimento.
As demais missas representam uma homenagem periódica ao falecido, celebrando sua evolução constante, firme “como a junta de um bambu”. Notar que, excetuando os últimos números 25, 27, 33 e 50, todos os outros são primos, ou seja, só divisíveis por si e por 1:
3º ano (sankai-ki)
7º ano (shichikai-ki)
13º ano (jusankai-ki)
17º ano (jushitikai-ki)
23º ano (nijusanaki-ki)
25º ano (nijugokai-ki)*
*cerimônia não obrigatória, simboliza uma homenagem pelo transcurso de metade de sua caminhada.
27º ano (nijushitikai-ki)
33º ano (sanjusankai-ki)
50º ano (gojukai-ki) – Na tradição japonesa, a celebração de 50 anos de falecimento era feita pelos vilarejos como um festival, por considerar que o falecido se transformará após o festival num Deus protetor daquela localidade. Essa tradição foi incorporada ao budismo, por considerar a chegada da pessoa à Nirvana, ou seja, a sua transformação em Buda.

Sempre na véspera

Pela tradição, as cerimônias são realizadas sempre na véspera da data, ou seja, a missa do 7º dia será realizada no 6º dia, a missa de 49º dia será realizada no 6º dia, a missa do 49º dia será no dia 48º dia, a de 1 ano será alguns dias antes de completar um ano, a de 3 anos será no 2º ano, etc.
Isto porque costumam contar os dias ou ano do falecimento como 1, desprezando-se o zero. Pelo mesmo motivo, os japoneses costumam contar a idade a partir do nascimento começando do 1.
Homenagem
O budismo considera que as missas são uma homenagem ao falecido, e que nessas ocasiões deve-se reunir os familiares e amigos, que muitas vezes não se encontrariam de outra forma. Reunir pessoas que tinham laços com o falecido significa a continuidade do elo que sempre existiu entre elas.

Envelopes com dinheiro

O desconhecimento dos costumes tradicionais em que a etiqueta se faz necessária provoca, muitas vezes, situações embaraçosas entre os descendentes de japoneses e parentes não descendentes. Colocando de maneira pratica, como se proceder quando um amigo ou conhecido da família falece?
Não se trata apenas de ir às cerimônias fúnebres, seja no templo budista ou na residência da pessoa falecida. É costume oferecer naquela ocasião um envelope com uma determinada soma de dinheiro. Tornou-se essa pratica uma formalidade que, por outro lado, suscita dúvidas. Pergunta-se, por exemplo, o valor que se coloca no envelope. Mais do que se preocupar com o valor em si, pode-se colocar a questão de outra forma: o que eu posso dar num momento tão difícil para a família enlutada?
Essa quantia deve ser colocada num envelope branco, dessas de carta, ou num envelope apropriado para este fim – vendido nas lojas de produtos japoneses.
Normalmente escreve-se com pincel (fudê) à base de tinta preta (sumi). Mas isso não deve ser considerado uma regra. A dificuldade no Brasil em achar alguém que maneje bem o pincel tornou mais flexível esta tarefa. Pode-se usar uma caneta comum, como uma esferográfica, sem se preocupar com a estética que um pincel pode proporcionar.
Este envelope pode ser entregue à pessoa mais próxima do falecido – a esposa, o marido ou o filho mais velho. Antes da cerimônia fúnebre, quando se procede os pêsames, é o momento indicado para, também, ofertar o envelope. Outra prática bastante comum, principalmente quando a cerimônia está sendo realizada em casa, é oferecer o envelope diretamente ao falecido. Em outras palavras, ao Buda inscrito na tabuleta conhecida por “Ihai”. Isso acontece no momento em que as pessoas são convidadas pelo oficiante a oferecer incenso. O envelope pode ser depositado ao lado da caixa em que contém o incenso em pó ou no recipiente no qual se deposita as varetas de incenso.
Em alguns casos excepcionais, numa cerimônia com muitos convidados, no templo, uma mesa serve como recepção. É o local em que se assina o nome num livro de freqüência. O envelope deve ser entregue nesta ocasião.
Uma outra dúvida, bastante freqüente, é sobre em quais cerimônias oferecer o envelope. Pode-se referir à cerimônia de sete dias, quarenta e nove dias, de um ano e assim por diante. O mais comum é oferecer nas duas primeiras. São as datas mais próximas ao falecimento, o que justifica uma demonstração de apreço com o falecido e de compaixão com a família.
 alt=envelope v:shapes="_x0000_i1025">
CELEBRAÇÕES DA LONGEVIDADE: TOSHI IWAI
Ao envelhecer o fato de se alcançar avançadas idades é comemorado como eventos especiais na vida de uma pessoa. As celebrações da longevidade são chamadas de TOSHI IWAI ou GA NO IWAI. A tradição de celebrar a longevidade vem da China, e tal costume foi assimilado pela cultura japonesa. Ao atingir determinadas idades avançadas, os japoneses realizam cerimônias nos templos e fazem festas especiais de comemoração de aniversários.
60 anos – KANREKI IWAI
É a celebração feita por homens aos 60 anos de idade. KANREKI significa “voltar no calendário”, referindo-se ao fato de que os 60 anos marcava o início da velhice e de uma “segunda infância”. Ao comemorar o aniversário de 60 anos, os homens usam o akaboshi (capuz vermelho) e um colete vermelho que era usado antigamente por crianças. É a mais popular das celebrações da longevidade devido ao uso dos característicos acessórios vermelhos e devido ao fato de que atualmente muitos chegam aos 60 anos de idade com boa saúde.
As celebrações seguintes são comemoradas por homens e mulheres. Não existe nesses casos o uso de uma roupa ou adereços especiais, e são comemorações mais raras por depender do fato da pessoa atingir em boa saúde tais idades avançadas:
70 anos – KOKI IWAI
77 anos – KIJU IWAI
80 anos – SANJU IWAI
88 anos – BEIJU IWAI ou YONE NO IWAI
90 anos – SOTSUJU IWAI
99 anos – HAKUJU IWAI

Cristianismo no Japão
No Japão do séc. XVI várias transformações poderiam comprometer seriamente a antiga estrutura disciplinar implantada pelos samurais. O causador de tudo isso foram os jesuítas.
O cristianismo no Japão não deu certo e colocado à margem da lê em 1612 pelo xogunato Tokugawa. O escritor católico Shusaku Endo, esclarece que “o Japão é um pântano porque absorve toda a sorte de ideologias, transformando-as em si mesmo, e distorcendo-as no processo de faze-lo”, e lamenta “se esse cristianismo fosse menos incorrigivelmente ocidental, as coisas poderiam ter sido diferentes”.
Mas Francisco Xavier achava do Japão, “o país do Oriente mais apropriado ao cristianismo” e criticava os chineses por não demonstrarem interesse algum do que lhes era ensinado. O interesse em catequizar os japoneses foi após o seu encontro casual com o samurai Anjirô em Malaca, na Malásia e admirou-o pela cultura. Ajirô contou a Xavier sobre o Japão. Cronologicamente, Ajirô foi o primeiro cristão japonês, batizado com o nome de Paulo de Santa Fé. Esse encontro aconteceu no mesmo período que teria encalhado nas costas de Satsuma (Kagoshima) – provavelmente no ano de 1542 – um junco de construção siamesa transportando três mercadores portugueses, entre eles Fernando Mendes Pinto a quem foi delegado a descoberta da rota para o Japão.
Quando Francisco Xavier chegou ao Japão, acompanhado de quatro cristãos japoneses encontrou um país arruinado pela Guerra dos Cem Anos, período este, conhecido por Sengoku. Os daimyos (Senhores Feudais) não se entendiam e inclusive, havia lutas entre os monastérios budistas. Lutas estas que iniciaram na metade do século X. as milícias eram formadas por leigos e sôhei – monges da categoria inferior. O governo não tolerava essas intrigas religiosas que consistiam numa ameaça. O cristianismo levado pelos jesuítas recebeu total apoio dos governantes, primeiro Nobunaga Oda e depois Hieyoshi Toyotomi. Houver conversões e construções de igrejas e de seminários.
A unificação do país era o sonho dos governantes e a amizade com os missionários era em parte motivada pelo desejo de comercializar com os navios de Macau sob o controle dos jesuítas. É bom ressaltar que tanto Nobunaga quanto Hideyoshi nutriam uma profunda antipatia ao budismo.
Numa carta de Francisco Xavier ao seu superior Inácio de Loyola, dizia que os missionários deveriam ter conhecimento de vários fenômenos do universo, pois os japoneses ansiavam saber sobre o movimento de corpos pesados, porque acontecia o eclipse solar, a chuva, a neve e os trovões. Esse contato com a cultura ocidental floresceu no Japão um rápido progresso científico totalmente absorvido pela classe dominante, a dos samurais. Os japoneses eram mestres na absorção e na sua imediata adaptação, como o desenvolvimento de uma indústria bélica: pistolas e espingardas.
O relacionamento íntimo entre os jesuítas e o governante Oda era tão cortês, que em 1582, o padre Valignano foi em missão à Roma levando consigo quatro meninos japoneses. Um fato curioso dessa viagem a passagem por Portugal: escravos japoneses pelas ruas de Lisboa. A escravidão japonesa foi proibida mais tarde pelo rei D. José I.

Início das perseguições

Os próprios historiadores não sabem concretamente porque em Julho de 1587, o generalíssimo Hideyoshi acossado de uma ira doentia determinou que os missionários não poderiam permanecer no país. Ele teria afirmado: “decidi”. Houve expulsões e destruição de igrejas, mas o decreto ficou só no papel. Os jesuítas contavam com um forte aliado: os damyos cristãos do sul. A comunidade cristã da época contava com duzentos mil convertidos, cujo número crescia assustadoramente. Hideyoshi desafiava a sua própria ordem e desfilava pelas salas douradas do Palácio de Juraku usando roupas portuguesas e um rosário. Porém a sua fúria foi maior, dez anos depois, não aceitando a provocação de um capitão espanhol que se gabava da grandeza do império espanhol e que devia em parte a ação dos missionários. Hideyoshi mandou executar na cruz 26 cristãos numa noite fria de 1597.
Nesses 70 anos de relacionamento com o cristianismo, o Japão modificou totalmente o sistema de se guerrear: antes era de homem para homem, agora, com a artilharia (lembram-se do filme Ran). Do ocidente, introduziu-se o vidro, o vinho, os óculos, o espelho, o relógio, a lã, a matemática, a geografia, a engenharia, a impressão gráfica, a metalurgia e o latim. O primeiro dicionário japonês/português foi compilado nessa época pelos jesuítas. Em suma, os governantes já estavam satisfeitos e preocupavam-se com o crescimento da influência cristã nos feudos. Boa parte dos príncipes do Sul tinham aderido a nova fé.
O japonólogo Georges Busquet esclarece que “a nova religião tornou-se o laço político dos feudais que lutavam contra o poder central que o Taiko-Sama (governante) e os sucessores se esforçavam por concentrar nas mãos”. Busquet afirma que “o nome cristão tornou-se sinônimo de rebelde... o cristianismo ameaçava criar um Estado dentro do Estado”. Além disso, os jesuítas portugueses se rivalizavam com os franciscanos espanhóis envolvendo questões políticas e pessoais.

A aristocracia cristã

O cristianismo foi acalentado por inúmeras famílias tradicionais. Uma delas foi a de Ukon Takayama, nobre e guerreiro ao serviço de Hideyoshi. Ukon construiu 20 igrejas e converteu 18 mil vassalos. Foi um dos sete discípulos do mestre Rikyu-Nanatetsu, da cerimônia-do-chá e igualmente um notável guerreiro. Quando Hideyoshi proibiu o cristianismo, pela segunda vez, ordenou que Ukon abandonasse sua fé. Ukon recusou. Hideyoshi enviou Rikyu para lhe dar mais uma chance, ao que ukon respondeu: “um verdadeiro samurai nunca muda suas decisões, mesmo que tenha que contrariar o seu Senhor”.
Expulso de suas terras, Ukon refugiou-se no sul do país e serviu ao daimyo Toshiie Maeda e novamente mostrou sua bravura numa batalha contra o clã Hojo, carregando consigo o seu brasão em forma de cruz. Indiretamente servia novamente ao seu antigo Senhor, o suserano Hideyoshi. Na batalha de Sekigahara os daimyos cristãos lutaram ao lado das forças de Hideyoshi, mas acabaram derrotados por Tokugawa.
Com Tokugawa no governo, o fim de Ukon e dos cristãos estava próximo. Ukon com 62 anos foi exilado para Luzon (atual Filipinas) onde faleceu, vítima de malária. Em vida, Ukon influenciou Tama Hosokawa a aderir a fé cristã, batizada com o nome de Gracia. Gracia Hosokawa era uma mulher inteligente e bela. A última resistência cristã aconteceu em Nagasaki, conhecida como a rebelião de Shimabara tendo à frente o samurai Shiro Amakusa.

Fim de um sonho

A inquisição foi instituída em 1640 pelo xogun Iemitsu Tokugawa quando se iniciou uma perseguição aos cristãos. Nos templos budistas cadastravam-se o nome e o endereço de todos os seus fiéis, como uma forma de controle sobre a população. Torturas físicas e psicológicas foram insufladas contra os cristãos. A coação psiclógica era a que mais doía. Os inquisidores criaram o fumiê, que consistia em obrigar os cristãos a calcarem o pé da imagem de Cristo ou da Virgem, apostatando-se de sua fé.
A maior vitória dos inquisidores foi o padre Ferreira apostatar-se e passando para o lado dos seus acólitos entregou os seus antigos companheiros. Três mil mártires foram feitos e outros apostataram-se. No auge do cristianismo no Japão, havia 700 mil adeptos, quase a população atual de japoneses e de seus descendentes no Brasil.
O cristianismo no Japão foi um sonho – ou um pesadelo – que os japoneses não dão muita importância.  Fica aqui a inquietação de Endo: “se o cristianismo não fosse tão ocidental...”.

Cronologia dos Cristãos Japoneses

1541    Francisco Xavier chega a Goa – Índia.
1542    Fernão Mendes Pinto desembarca no Japão
          acompanhados de dois mercadores. São os
          primeiros europeus a entrar no país.
1549    Francisco Xavier chega ao Japão.
1551    Xavier deixa o Japão.
1573    O general Nobunaga Oda depõe o xogunato Ashigaka e inicia a era Azuchi Momoyama.
1582    Mensageiros japoneses no Vaticano. Oda é traído   e moto, assume Hideyoshi Toyotomi.
1587    O cristianismo é proibido, mas fica só no papel.
1590    Volta dos mensageiros ao Vaticano e introdução                da imprensa gráfica.
1591    Publicação do “Heike-monogatari” e “doutrina                Cristã” em Amakuda.
1593    Os Franciscanos chegam ao Japão e iniciam atrito             com os jesuítas.
1596    Nova perseguição aos cristãos.
1597    Martírio dos 26 cristãos.
1598    Morte de Hideyoshi.
1600    Batalha de Sekigahara e derrota  dos aliados de               Hideyoshi.
1603    Ieyasu inicia o xogunato Tokugawa – a Era Edo.
1609    Início do comércio com a Holanda.
1612    Cristianismo é colocado fora de lei.
1613    Início do comércio com a Inglaterra.
1614    Expulsão de 148 cristãos para Manila e Macau, entre eles  se encontrava o fidalgo Ukon Takayama.
1615    Queda do Castelo de Osaka, o último reduto de                Hideyoshi.
1616    Morte de Ieyasu.
1623    Morte de Hidetaka e assume Iemitsu. Perseguição   e matança aos cristãos que não se converteram.
1638    Revolta de Chimabara e expulsão dos portugueses.
1639    Fechamento dos portos japoneses.
1640    Instituição oficial da Inquisição.
1664    O governo estimula a conversão e o cadastramento dos  convertidos nos templos budistas.
1792    Fim da Inquisição.
1873    Reconhecimento do cristianismo.

Soka Gakkai Internacional

A Soka Gakkai Internacional (SGI) é uma organização não-governamental (ONG) filiada às Nações Unidas desde 1983 e presente em 190 países e territórios. Tem como objetivo fundamental promover a paz e o respeito pela dignidade humana.
Seus membros desenvolvem amplas atividades nos campos da Paz, Cultura e Educação que incluem exposições, intercâmbios culturais e educativos, bem como ajuda humanitária em nível mundial. 

Origem

Os princípios filosóficos que direcionam as atividades da SGI estão centrados no conceito de “Revolução Humana”, uma reforma interior do indivíduo que permite desenvolver a sabedoria para viver com confiança, criar valor em qualquer circunstância e contribuir na formação de uma sociedade pacífica. A conscientização das potencialidades inatas do ser humano não apenas modifica para melhor sua personalidade, como também leva a mudança de atitudes e percepções básicas sobre a natureza da vida em si, proporcionando ampla expansão da habilidade para ‘criar valor’ – do benefício, da beleza e do bem social. Esta transformação interna, iniciada a partir de uma pessoa, pode mudar o destino de uma sociedade, do mundo e da própria história da Humanidade.
Essa inspiração, assim como seu objetivo e missão, baseiam-se na filosofia humanista do Budismo de Nitiren Daishonin (1222~1282).
Filho de um pescador, Nitiren (nascido Zennitimaro) ingressou no sacerdócio e depois de um período de intensos estudos, chegou à conclusão de que todas as pessoas podem manifestar seu máximo potencial por meio de seus próprios esforços. De acordo com seus ensinos, o funcionamento de todo o Universo está sujeito a um único princípio ou Lei. Ao entender esta lei, o indivíduo pode descobrir este potencial oculto dentro de sua própria vida e obter uma harmonia criativa com o meio ambiente.
Essa filosofia representa o veículo para a transformação do ser humano, pois não estimula somente o indivíduo a manifestar seu infinito poder para enfrentar e transformar seu cotidiano, mas também o torna capaz de influenciar positivamente sua comunidade. Assim, permite desenvolver a sabedoria para entender e realizar ações com o conhecimento da profunda ligação entre a própria felicidade e a dos demais, com a compreensão de que a maior das alegrias é ajudar os outros a serem felizes também.
A meta deste processo de reforma interior está centrada na tese de que a influência de cada ação humana transcende seu contexto imediato e se estende ao redor do mundo. Este princípio humanista é o do “budismo de ação social”, que incentiva o indivíduo a participar ativamente e a contribuir para a construção de uma sociedade de paz e prosperidade, conforme o Sutra de Lótus – uma compilação dos ensinos do Buda Sakyamuni, o fundador do budismo, que viveu na Índia há aproximadamente dois mil e quinhentos anos.
Conhecido como Siddarta Gautama em sua juventude, Sakyamuni se dedicou a encontrar uma solução para o sofrimento fundamental da existência humana. Durante cinqüenta anos, se dedicou a ensinar a essência de seu esclarecimento, chamada comumente de ‘iluminação’ ou ‘Estado de Buda’. Para isso, utilizou diversos expedientes conforme o costume cultural da época, demonstrando às pessoas que através da prática correta dos ensinamentos poderia se alcançar a plenitude que ele obteve.
Estes expedientes deram origem aos vários ensinos do Buda, posteriormente compilados por seus discípulos. A partir deles, o budismo se propagou pela Índia, depois à China, Coréia e chegando ao Japão. Em cada época e local um tipo de ensino ficou mais conhecido, sendo que hoje existe diversificada ramificação das doutrinas budistas.
No Japão, durante muito tempo as escolas budistas foram patrocinadas pelo Estado e desenvolveram complexas práticas que se tornaram inacessíveis ao homem comum. Com a aparição de uma classe guerreira no século XIII e o declínio da aristocracia, surgiram novas formas mais populares de budismo. Entre estas novas formas, o Budismo de Nitiren, que reconhece e enfatiza a supremacia do Sutra de Lótus sobre todos os outros ensinos budistas.
O Sutra de Lótus, considerado como o ápice dos ensinos do Buda Sakyamuni, revela a existência da verdade universal inerente ao ser humano  conhecida como ‘natureza de Buda’. Além disso, afirma que a vida cotidiana nos oferece a oportunidade para fazer uma reforma interior e assim manifestar esse imenso potencial inerente à vida (ou seja, manifestar o Estado de  Buda – uma condição de vida caracterizada por uma total liberdade interior, sabedoria ilimitada e compaixão ou benevolência infinita).  Isto torna o Sutra de Lótus um ensino humanista e verdadeiramente democrático, pois oferece possibilidades reais a todas as pessoas sem qualquer distinção de gênero, raça,  classe social, econômica ou nível educacional.
Soka Gakkai, que significa “sociedade para criação de valor”, foi criada em 1930 pelo professor Tsunessaburo Makiguti, e inicialmente, era formada por educadores. Após a Segunda Guerra Mundial, ampliou suas atividades, abrangendo pessoas de todas as classes e profissões, formando um  movimento popular no Japão. A partir de 1960, expandiu-se para outros países e em 1975 foi fundada a SGI, com a finalidade de unir os esforços do crescente número de membros.
Atuando em vários países, de acordo com a cultura e as características de cada sociedade, a SGI desenvolve suas atividades tendo como base o claro entendimento da ligação existente entre a felicidade individual, a paz e a prosperidade de suas respectivas sociedades. A promoção de intercâmbio cultural na busca de valores comuns que estão presentes em diferentes formas e em todas as culturas, tais como a tolerância e a coexistência pacífica, tem mostrado que quando se compreende plenamente a importância do conceito de reforma interior, muitos dos sofrimentos e a violência experimentada no mundo durante esses séculos poderão ser amenizados e evitados nos séculos vindouros.

Atividades em Prol da Paz, Cultura e Educação

A SGI, como um movimento humanista, promove ações e atividades para a dignidade da vida e, por extensão, a obtenção da paz. Este conceito de paz não se refere à ausência de conflitos armados, mas também a um processo dinâmico de interação entre os seres humanos a fim de transformar essa força destrutiva inerente à vida em uma força criadora – que permita a cada indivíduo desenvolver-se para criar um mundo no qual os direitos humanos sejam respeitados.
Entre as atividades básicas realizadas de forma voluntária pelos membros da SGI, as Reuniões de Palestras permitem aos convidados descobrirem qual caminho seguir para se tornarem autênticos seres humanos. A união que se consegue com este tipo de atividade baseia-se no Budismo Nitiren e na compreensão prática dele, o que se constitui numa sólida fundação para uma sociedade de paz. Visando conseguir o mesmo objetivo, também são desenvolvidas outras atividades como festivais culturais, convenções e eventos esportivos que congregam pessoas que compartilham dos mesmos ideais.
Os recursos financeiros que permitem o desenvolvimento de todas estas atividades são obtidos da contribuição voluntária de seus membros bem como dos lucros da venda de publicações internas.
Sem ser exclusivamente ambientalista ou defensora dos direitos humanos, a SGI busca, pela educação, criar a consciência da responsabilidade que tem cada indivíduo pelo nosso planeta na construção de um mundo mais humano.

Apoio às Nações Unidas

Inspirada pelo espírito pacifista da Carta Magna das Nações Unidas, a SGI trabalha para fortalecê-la e apoiá-la em suas atividades relacionadas à paz, como por exemplo, promoveu campanhas para angariar fundos no apoio às atividades humanitárias das Nações Unidas para os refugiados a Ásia, África e dos Bálcãs.
Este esforço para aliviar o intenso sofrimento das pessoas deslocadas pelos conflitos gerou fundos que foram doados ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados com a  finalidade de apoiar projetos para ministrar cuidados médicos, abastecimento de provisões, educação, entre outras providências, sendo que muitos membros voluntários se juntaram em prestar auxílio como profissional da medicina, enfermagem e outros.
Além de angariar fundos para os refugiados em 1998, os membros da SGI recolheram mais de 13 milhões de assinaturas em apoio à petição “Abolição 2000”, projeto que conclama os governantes a assinarem um tratado internacional para a eliminação das armas nucleares.
Paralelamente a essas campanhas internacionais, os membros da SGI de cada país desenvolvem uma série de atividades em prol da sociedade. Na Coréia, os membros têm realizado nos últimos anos uma campanha de limpeza em várias comunidades como um esforço para apoiar a proteção do meio ambiente. Do mesmo modo, os membros da SGI de Cingapura desenvolvem uma campanha anual de ajuda aos idosos em agradecimento àquelas pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do país. Quando ocorreram recentemente séries de desastres naturais na Índia e em El Salvador, os membros da SGI de Hong Kong, Taiwan, Japão, Estados Unidos, México e outros países ofereceram ajuda às vítimas.

Seminários

A SGI participa e organiza uma série de seminários e conferências nas quais se debatem diferentes tópicos baseados em princípios humanistas. Entre os seminários constam: “Respeito aos Oceanos”, na Austrália; “Direitos Humanos e Pluralismo Cultural”, “Reforma nas Nações Unidas”, “Aspectos Políticos e Religiosos do Conflito Cultural Global”, entre outros, organizados conjuntamente com o Centro de Pesquisas para o Século XXI de Boston, além das seguintes conferências: “As Nações Unidas e a Religiões Mundiais: Perspectiva para uma Ética Global”, “O Renascimento da ONU”, “Simpósio Budista-Cristão” – junto com a Academia Européia de Artes e  Ciências da Alemanha e Áustria; “Exposição Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento: a Amazônia”, no Brasil, “Diálogos com Diferentes Religiões”, na Itália, Argentina, Estados Unidos e Venezuela.

Exposições Educativas

Realizadas com o intuito de conscientizar os cidadãos, reforçar sentimentos anti-bélicos e também incentivar o senso de solidariedade global, de acordo com a filosofia budista de respeito absoluto por tudo o que existe como vida.
A primeira dessas exposições intitulada “Armas Nucleares: Ameaça ao Nosso Mundo” ocorreu em 1982, na sede central das Nações Unidas em Nova York, e ao mesmo tempo o líder da SGI, Daisaku Ikeda, entregou uma proposta para a abolição das armas nucleares na Segunda Sessão Especial Sobre Desarmamento da Conferência Geral da ONU. Posteriormente, a exposição foi exibida em mais de trinta cidades de diferentes países.
A exposição “Guerra e Paz: a Humanidade Sobreviverá no Século XXI?” foi apresentada nas Nações Unidas em 1989 com a cooperação do Departamento de Assuntos para o Desarmamento da ONU e co-patrocinada pela SGI, pelo Escritório Independente para Eventos Humanitários e pelos Médicos Sem Fronteiras para a Prevenção da Guerra Nuclear. Esta exposição descreve uma ampla gama de problemas que a humanidade confronta, tais como a fome, a pobreza, a situação dos refugiados, a guerra nuclear e a degradação do meio ambiente, como também explora possíveis soluções.
Em 1992, foi realizada simultaneamente com a “Cúpula da Terra”, no Rio de Janeiro, a “Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: a Amazônia”. Em dezembro de 1993, em comemoração ao 45º aniversário da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pelas Nações Unidas, foi inaugurada em Genebra a exposição “Rumo ao Século da Humanidade: Direitos Humanos no Mundo de Hoje”.
Outras exposições, tais como “Anne Frank e o Holocausto: a Coragem para Recordar”, que contou com a colaboração de Centro Simon Wiesenthal dos Estados Unidos, reflete sobre as crueldades cometidas durante a segunda guerra mundial e mostra a coragem daqueles que resistiram às suas atrocidades. A exposição “Desenhos das Crianças do Mundo”, composta por desenhos infantis de 160 países, foi realizada com a colaboração da UNESCO e outras organizações governamentais e privadas ao redor do mundo.  “Diálogos com a Natureza – Fotografias de Daisaku Ikeda” reúne uma seleção de fotos de presidente da SGI, composta de cenas naturais feitas durante suas viagens ao redor do mundo em busca da paz pelo diálogo, entendimento mútuo e humanismo.

O Sistema Educacional Soka

Integrado pelas escolas de nível fundamental, médio e superior, perto de Tóquio e Osaka, bem como pela Faculdade Feminina Soka (1985) e pela Universidade Soka (1971) no Japão, este sistema é conveniado a escolas de outras partes do mundo. Os Jardins de Infância Soka foram estabelecidos em Hong Kong (1992), Cingapura (1993), Malásia (1994) e Brasil (2001). A Universidade Soka da América foi aberta em 1991, perto de Los Angeles e outro campus em 2001, no condado de Orange.
Não são escolas religiosas, mas o que é ensinado segue o modelo da “educação humanista”, ou seja, enfatiza a importância da dignidade e do valor do indivíduo e acredita na capacidade do mesmo para atingir sua auto realização. Isto se traduz em um amplo sistema educativo preocupado em cultivar o caráter, a sabedoria e a criatividade nos estudantes, em meio a um espírito de igualdade e aprendizagem mútuos com os professores. Tal aproximação combate a tendência comum entre os educadores de enfatizar demais a aquisição de conhecimentos em detrimento da formação moral e ética.
Para fomentar uma perspectiva internacional entre seus estudantes e como uma contribuição para a paz mundial, a Universidade Soka promove ativamente intercâmbios culturais e acadêmicos com universidades de todo o mundo. Possui convênios de intercâmbio acadêmico com mais de cinqüenta universidades e conta com cinco institutos de pesquisa, incluindo o Instituto de Estudos para a Paz e o Instituto para o Estudo Comparativo das Culturas. Também está associada ao Centro de Pesquisas da Bacia do Pacífico – um programa de pesquisa conjunta conduzido pela Universidade Soka da América e pela Universidade de Harvard. Este programa concede bolsas de estudos de pós-doutorado a pesquisadores que estudam política pública na costa do Pacífico.
O terceiro presidente, Daisaku Ikeda, vem realizando intensos esforços no sentido de que a cultura e a educação tenham um caráter integral e global, concebidas para que o indivíduo faça uso de todo seu potencial criativo. Um dos lemas permanentes que guiam os trabalhos educativos da SGI é o de educar cidadãos para o mundo, para que o amor natural pela terra e o país possam se fundir com a consciência das responsabilidades que nos competem como habitantes do planeta.

Instituições Afiliadas

A SGI estabeleceu e apóia instituições comprometidas com uma série de atividades culturais pois tem a certeza de que o intercâmbio cultural pode unir os corações ao redor do mundo e contribuir para um profundo entendimento internacional. Estão entre as instituições:
- Associação de Concertos Min-On – fundada em 1963, atua no campo do intercâmbio cultural internacional. Patrocina regularmente turnês de artistas de todo o mundo ao Japão, assim como atuações de grupos de música e dança japoneses no exterior. Entre os grupos musicais de renome mundial e artistas que a Associação de Concertos Min-On convidou estão a Ópera Estatal de Viena (1980), o Teatro Scala de Milão (1981), a Ópera Estatal de Colônia (1992), e várias turnês de grandes intérpretes norte-americanos de jazz. Também patrocinou grupos de balé, de tango e a popular série de concertos “Viagem Musical ao Longo do Caminho da Seda”. Com o objetivo de patrocinar jovens talentos, realiza anualmente a Competição Internacional de Música de Tóquio, com três categorias musicais: de câmara, dirigida e vocal; e também a Competição Internacional de Coreografia de Tóquio e o Festival Min-On de Música Contemporânea. Até agora, a associação patrocinou grupos de setenta e seis diferentes nações.
- Museu de Arte Fuji de Tóquio – fundado em 1983, além de trazer ao público japonês tesouros da herança cultural mundial, exibe parte de sua coleção em museus de todas as partes do mundo. A coleção permanente do museu inclui pinturas, esculturas, cerâmicas, trabalhos têxteis e laqueados de diferentes partes do mundo – da América do Sul até a Europa. O museu também tem uma exposição permanente de arte européia que vai desde o Renascimento até o século XIX. O museu abriga aproximadamente cinco mil obras de arte antigas e modernas e estabeleceu relações recíprocas de empréstimos com importantes museus e galerias de arte de todo mundo, e em suas diversas exposições continua buscando ampliar a gama de intercâmbios artísticos e culturais em escala internacional.
- Centro de Pesquisas para o Século XXI de Boston – fundado em 1993, localiza-se em Cambridge – Massachusets, EUA, é um instituto internacional e incentiva o diálogo entre estudantes e especialistas sobre os valores comuns a diferentes culturas e religiões, esforçando-se para apoiar o desenvolvimento da ética global para um século XXI pacífico. Os direitos humanos, a não-violência, a ética ambiental e a justiça no campo econômico são questões enfocadas por esse centro.
- Instituto Toda de Pesquisa para a Paz Global – estabelecido em 1996 em homenagem aos ideais difundidos pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda – um pacifista determinado que clamou pela abolição das armas nucleares. O instituto reúne pesquisadores da paz, políticos e líderes comunitários para tratar de projetos relacionados com a paz e o diálogo entre as civilizações. Seu enfoque é o  diálogo internacional sobre quatro temas principais: a segurança  humana e a governância mundial, direitos humanos e a ética global, a justiça social e a economia global, e a identidade cultural e cidadania global.
- Instituto de Filosofia Oriental – fundado em 1962, é um centro de investigação cujo objetivo é tornar acessível às pessoas de todo o mundo a rica herança filosófica da Ásia. Com centros no Japão, Reino Unido, Rússia, Hong Kong e na Índia, promove seminários, conferências e simpósios que avaliam temas sociais e científicos sob a uma perspectiva budista ou de outras religiões. O instituto também participa de intercâmbios entre estudantes de diferentes tradições culturais.
 

A SGI no Brasil

No Brasil, a Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI) é a representante da SGI. Educação e cultura são dois temas fundamentais que direcionam as ações sociais, como o Projeto “Makiguti em Ação”, o Curso de Alfabetização para Jovens e Adultos, Instituto Soka do Brasil, Centro de Pesquisas Ecológicas da Amazônia (CEPEAM) e a Orquestra Filarmônica do Humanismo Ikeda (OFBHI).
- Projeto “Makiguti em Ação” – colocando em prática as propostas educacionais do fundador da Soka Gakkai, professor Tsunessaburo Makiguti, capacita professores e pais por meio de oficinas e palestras para que ‘o aluno seja feliz enquanto estuda’, desenvolvendo seu potencial criativo e fazendo com que o currículo escolar seja absorvido pelo próprio interesse. Esse método pedagógico viabiliza uma educação humanística em prol da criação de valores humanos, pois sendo a educação uma das bases da criação da Soka Gakkai Internacional, é a condição essencial para um mundo de paz.
O projeto é implantado nas escolas por uma equipe multidisciplinar, composta de membros da BSGI sem vínculo financeiro, político ou religioso. Atualmente mais de cem escolas participam desse programa, que já despertou o interesse de várias instituições educativas e oficiais.
- Curso de Alfabetização – curso em português, com o intuito de erradicar o analfabetismo e possibilitar ao maior número de pessoas exercer sua plena cidadania, é voltado  para os associados da BSGI, englobando jovens acima de quinze anos e adultos que desejam dominar a leitura e a escrita ou concluir a 4ª série para dar continuidade aos estudos. As aulas são divididas em vinte módulos por série, ministrados por professores e monitores voluntários que atendem os alunos em suas dificuldades, com avaliação diária. Existem 27 pólos de alfabetização que funcionam nas escolas públicas e nas sedes regionais da BSGI. Desde que foi instalada, mais de quatro mil pessoas já foram beneficiadas pelo projeto.
- Instituto Educacional Soka do Brasil – Tendo como lema “ser feliz enquanto estuda”, o Sistema Educacional Soka instalou no Brasil a primeira unidade em meados de 2001, em São Paulo. A Escola Soka do Brasil possui educação infantil e ensino fundamental com a proposta de formar valores humanos por meio de uma educação humanística com respeito à individualidade das crianças e buscando desenvolver nelas a coragem, a honestidade e a esperança.
 - Centro de Pesquisas Ecológicas da Amazônia (CEPEAM) – vem contribuindo para a proteção da bacia do rio Amazonas, desenvolvendo exposições educativas sobre a necessidade de preservar e coexistir harmoniosamente com a biosfera terrestre, baseada no conceito budista de ‘inseparabilidade da vida e seu meio ambiente’. Como parte das atividades,  um projeto de reflorestamento  já transplantou mais de trinta mil mudas em áreas afetadas com o propósito de incrementar a conscientização sobre a importância de um desenvolvimento sustentável.
 - Orquestra Filarmônica do Humanismo Ikeda (OFBHI) – fundada em 1993, tem como objetivo desenvolver uma orquestra que possa levar a música humanística para o mundo, realizando um rico intercâmbio entre as pessoas. Em cada apresentação é retratada a contínua luta pelo humanismo, da escuridão para a luz, do desespero para a vida plena. O nome da orquestra foi sugerido pelo compositor Amaral Vieira, em homenagem ao presidente da SGI.
A orquestra apresentou na capital de São Paulo uma série de concertos no Teatro Cultura Artística, no  Parque da água Branca (evento em conjunto com o COEP, entidade fundada pelo sociólogo Betinho) e posteriormente na cidade de Itapevi. Paralelamente a essa série, promove também a série “Concertos Didáticos” com o intuito de ampliar a cultura humanística entre crianças e jovens do Brasil e do mundo.
Além de vários projetos educacionais e artísticos, a BSGI também promove exposições que visam conscientizar a sociedade brasileira sobre importantes questões mundiais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário